15 de março de 2011

[ENTREVISTA] Meia Elkeson: "Acho que a má fase acabou" / "Gosto de atuar assim, no ataque"

Entrevista com o meia/atacante rubro-negro Elkeson para o jornal A TARDE publicada no dia 15/03/11.

Nada como um dia após o outro. Pelo menos esta frase tem se encaixado bem com o jogador Elkeson. Após virar reserva, o jogador ganhou nova chance na última rodada do Baianão, e não decepcionou. Atuando como segundo homem de ataque, foi destaque e fez três gols.

Admitindo estar tentado em virar atacante, Elkeson fala das críticas e de como gosta de ouvir reggae. Deve ser por isto que sempre está tranquilo para dar a volta por cima...

Após os três gols contra o Colo-Colo, deu para relaxar e achar que a má fase acabou?
Elkeson - Cara, deu para dormir hoje (ontem). Na viagem, não deu. Muito cansativo. Minha folga foi apenas para dormir mesmo. Ainda nem vi meu pai chegar do trabalho. A primeira pessoa que estou falando é você, agora. Sobre os gol, lógico, estou feliz. Muito! Mas posso te dizer uma coisa? Na concentração, conversei muito com Esdras e disse que estava afim de pedir música no Fantástico. Falei que faria três gols e consegui. Foi pensamento positivo... Acho que a má fase acabou.

Mas você pediu uma música de axé. Você é maranhense, rapaz! Lá só toca reggae...
Elkeson - O que sempre escuto é reggae. Mais que pagode ou axé. Só durmo escutando Natiroots e outras bandas. Lá no Maranhão, o reggae ainda é melhor, porque dançamos coladinhos com as meninas, tipo forró. Aqui não. Mas no meu recomeço, na reviravolta da carreira, preferi uma música mais baiana, o Total Flex, de (Alexandre) Peixe.

Dentro de campo você também costuma ser Total Flex. Atua no meio-campo e como segundo atacante. Mas sempre que Elkeson se destacou, foi no ataque, como no último jogo, inclusive fazendo três gols. Já está na hora de assumir a camisa 11?
Elkeson - Depois de fazer três gols assim, vi que realmente eu já virei atacante (risos). Fazer tanto gol assim é bom demais, e gostei, viu? Porém, ano passado eu jogava de meia como este ano e fazia bons jogos. Acho que depende mesmo da opção do técnico Lopes. Ele sabe melhor que ninguém onde encaixar cada jogador. Mas gosto de atuar assim, no ataque. Dei opções ao Lopes. Um jogador tem que jogar em mais de uma posição.

Mas o Lopes estava te colocando como meia. Você não chegou a pedir para atuar como atacante?
Elkeson - Não. Nunca pedi a Lopes onde jogar. Se ele me colocou em alguma posição que não deu certo, pode ter sido falha minha. Ele mesmo me disse que minha função real era a de segundo atacante mesmo, fazendo uma função parecida com de Edmundo (Animal). Aquele que faz gol, mas gosta de buscar a bola. Mas a oportunidade aconteceu neste jogo. No último treino antes do jogo contra o Colo-Colo, ele me disse que me queria daquele jeito, com a camisa 11. No coletivo, fiz gol, toquei, atuei bem. Lopes gostou e pediu para repetir isto no jogo. Acho que fiz até melhor, né? (risos).

Mas deixou uma dor de cabeça para Lopes... Você se destacou, mas concorrência não falta no setor. E agora?
Elkeson - Aí só perguntando para Lopes! (risos). Ele sabe muito bem o que faz. Se tiver que atuar novamente como titular, estarei lá. Se tiver que voltar para o banco, vou entender Lopes. É um treinador que está me ensinando muito. Está sendo um pai para mim, profissionalmente. Ele tem o dever de colocar o melhor. Nós, jogadores, precisamos compreender isto. Meu pai (Antônio) me educou muito bem para batalhar e ser profissional. Às vezes até me irrito com meu pai quando ele pega no meu pé, mas entendo que é para o meu bem. É a mesma coisa com o Lopes. Ele faz para o meu bem. É um técnico renomado, que merece credibilidade. Quem é Elkeson para reclamar com ele?

Dá para ter você, Nikão e Geovanni no mesmo time?
Elkeson - Lógico que dá! Mas você está fazendo muita pergunta que deveria ser feita para Lopes. Eu não teria problema nenhum em atuar com os dois. Joguei com Nikão e nos demos bem. Mas se vai ser assim, só o professor Lopes mesmo pode dizer.

Você já foi para o banco de reserva duas vezes na temporada, mas sempre retornou e deu a volta por cima. Aprende muito com a reserva?
Elkeson - Aprendo, mas não é bom aprender assim. Tem seu lado bom, por eu saber onde estou errando. Mas é ruim, pois fico triste quando não posso ajudar o Vitória. Nenhum jogador gosta de ficar na reserva. Minha família cobra muito meu empenho e me sinto na obrigação de sempre mostrar serviço. Mas tem que ser assim mesmo... Sempre que minha mãe (Irene) pega no meu pé, eu volto a jogar bem.

Você acha que pegam muito no seu pé?
Elkeson - Quando não estou bem, acho normal receber críticas. Mas muita gente exagera, acha que nada está bom. Quanto ao torcedor, acho também natural vaiar o jogador, mas não é bom, e só faz prejudicar a equipe. No final da partida, tudo bem. Mas durante... Eu confesso que me abalo com a vaia e até caio de rendimento. Já foi pior, mas às vezes sinto no campo. O torcedor deve empurrar seu time. Porém, estou mais maduro e me afeto menos a cada jogo que passa. Minha postura está mudando com o tempo e acho que acabou a má fase. Preciso manter a boa fase. Chega de altos e baixos...

O time está pronto para vencer o Campeonato Baiano e subir para a Série A?
Elkeson - Ainda não. Precisamos corrigir muita coisa, mas Lopes está correndo atrás disso. Nosso grupo é bom, unido. Infelizmente não fomos bem na Copa do Brasil, mas sinto que nosso time está crescendo a cada jogo, motivando-se mais. Nesta segunda fase do Baiano vamos melhorar ainda mais. Pode escrever aí...

Agora relaxado e de folga, o que mais gosta de fazer?
Elkeson - Olha só, pelo menos hoje (ontem) tem um pacote de conta para pagar que atrasei por causa do Carnaval. Mas gosto de jantar mesmo. Tem 3 meses que estou solteiro e saio muito com minha família, sempre para comer.

E não vai procurar outra baiana para namorar?
Elkeson - Terminei um namoro de 2 anos. Vou ficar sozinho este tempo. É difícil conseguir alguém trabalhando direto! Só se for durante o caminho entre minha casa e o Barradão (risos).

E sobre sua saída do Vitória? Ainda tem propostas?
Elkeson - Não quero mais me preocupar com isto. Eu quero é lutar para ter meu lugar no time do Vitória. Me preocupei no final do ano e só fiz prejudicar meu rendimento. Minha função é dentro de campo. Deixa essas coisas com o Vitória e empresários...

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